A 16ª Delegacia de Polícia Civil, localizada em Planaltina (DF), tem uma demanda de cerca de 50 novas ocorrências registradas a cada dia acerca dos mais variados crimes. Segundo o delegado Diego Dantas, Planaltina é uma cidade violenta. “Aqui existem regiões mais perigosas como o Vale do Amanhecer e a região das Estâncias, mas a verdade é que todos os lugares aqui são perigosos”, diz.
A maior barreira imposta ao trabalho da 16ª Delegacia de Polícia Civil é a falta de pessoal. De acordo com o delegado Diego Dantas, o efetivo da delegacia é de apenas 55 policiais civis entre delegados, escrivães e agentes. “Em 1992, a população de Planaltina era de cerca de 20 mil habitantes, hoje, 20 anos depois, a população está na casa dos 230 mil e o efetivo continua basicamente com a mesma quantidade”, relata.
O delegado explica que a falta de pessoal complica a realização do trabalho. “A gente faz o melhor que pode, mas com o reduzido número de policiais fica complicado. Quer dizer, como solucionar crimes relacionados a 230 mil pessoas com a mesma quantidade de policiais que solucionavam os de 20 mil?”, questiona.
Ocorrências
A delegacia está com aproximadamente 700 inquéritos em andamento e a maior parte das ocorrências registradas é de roubo, furto ou estelionato. “Esses crimes são muito difíceis de serem solucionados porque, especialmente em caso de furto, é difícil ter pistas ou reconhecimento de suspeito”, explica o delegado Dantas. Já com relação a homicídios, por exemplo, a probabilidade de encontrar culpados cresce. “Geralmente eles deixam a digital em algum lugar, ou mesmo um pouco de sangue”.
Outro elemento que facilita a solução de casos de homicídios na região, segundo o titular da unidade, é o fato de que o maior número dos casos de assassinato é contra suspeitos de crimes e investigados pela polícia. De acordo com Dantas, as ocorrências seriam motivadas geralmente por vingança ou disputa de território para tráfico de drogas. “Então o que acontece é que as famílias, os vizinhos, acabam conseguindo apontar suspeitos ou reconhecer culpados porque eles todos se conhecem”, conta Dantas.
Ameaça
Segundo o agente Lázaro Evangelista, outra coisa que deixa o trabalho complicado, principalmente para os agentes que moram em Planaltina, são as ameaças dos bandidos. “Isso acontece muito com o pessoal que trabalha no combate ao tráfico de entorpecentes. Eu mesmo, quando trabalhava com isso, fui ameaçado duas ou três vezes... Isso abala seu psicológico e deixa o trabalho muito difícil”, desabafa.
Parceria
Para deter a criminalidade em Planaltina, policiais civis e militares garantem que trabalham em parceria. Um exemplo presenciado pela equipe de reportagem foi o flagrante de um assalto a uma joalheria ocorrido na última quarta-feira (25). Dois menores de idade e um maior, Julisson Batista, de 18 anos, são suspeitos de terem rendido os funcionários da joalheria Albert às 16h30 da tarde. Leia mais.
Após interrogatório em que o maior confessou o crime, os menores foram encaminhados para a Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) e Julisson vai aguardar julgamento. O rapaz, mesmo confessando o crime, disse à reportagem que não foi premeditado. “Deu na cabeça da gente na hora de ir lá fazer o assalto e aí a gente se armou e foi. Mas a gente nem ia vender nem nada não... Queríamos ficar pra gente mesmo”, afirma. Caso condenado, Julisson poderá pegar até 12 anos de prisão.
Por Sthael Samara
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