Da construção civil para obra de arte feita de papel

Por Danielle Rodrigues e Juliana Rabelo

O engenheiro Virgílio  Mota trocou os canteiros de obra pelo trabalho com materiais reciclados

O mestre da arte de reciclar Virgílio Mota, de 60 anos, é baiano da pequena cidade de Amargosa (BA). Ele é artesão da Tempo Eco Arte, espaço de artes e ofícios dedicado à reutilização de resíduos sólidos.

Virgílio trabalhava na construção civil e há mais de 12 anos começou a fazer artesanato em PVC por acaso. Logo, passou para o papelão, onde deu início à produção de caixas de papelão para o transporte das obras feitas com o PVC. Depois do encontro com a artesã Carol Nóbrega, parceira e incentivadora nos trabalhos com o papelão, decidiu deixar a construção civil de lado e dedicar-se apenas ao artesanato de reciclados.
Na arte de Virgílio, praticamente todo o material usado veio ou iria para o lixo. Peças de geladeira, de automóveis, tubos de papelão e sacos de cimento usados ganham forma nas mãos do artesão, que dedica extrema atenção a todas as etapas da produção: do esboço ao acabamento.

“Trabalhamos com o conceito de reciclagem. Por ignorância, desperdiçamos matéria-prima valiosa. Papelão só é lixo para os olhos que o veem com lixo. Para mim é uma raridade”, afirma.

Para a confecção dos objetos, nada além de tesoura, cola, cera e criatividade. “Não há nenhum tipo de reforço, é tudo de papelão mesmo. Um dos tratamentos é lavar os sacos de cimento para tirar os restos de massa”, detalha.



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