Carne de porco ganha espaço na mesa do brasileiro

Por José Maurício
Nutricionista afirma que a proteína é tão saudável quanto as outras. Mas consumidor ainda resiste
Você já ouviu falar que carne de porco é muito gordurosa, faz mal à saúde e causa neurocisticercose? Pois é, especialistas afirmam que isso é mito. Segundo a nutricionista Thaliane Dias, a carne suína é tão saudável quanto as outras. “O frango, o peixe e a carne suína possuem cortes com perfis nutricionais compatíveis com os níveis preconizados de saudabilidade encontrados na carne bovina”, esclarece.

Existe hoje no Brasil um projeto criado para tentar quebrar os tabus sobre essa proteína. Ele é coordenado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). “As pessoas têm uma visão errada sobre a carne suína, no passado o animal era criado em condições sanitárias inadequadas. Agora, a realidade é bem diferente.”, comenta Lívia Machado, coordenadora do projeto.
Ela conta que o projeto surgiu a partir de uma pesquisa em que foi possível constatar que 49% dos brasileiros preferiam o sabor da carne suína, mas quase não a consumiam por associá-la à obesidade e a uma “coisa suja”.
Segundo dados divulgados pela ABCS, o consumo per capita de carne de porco no Brasil é de 15 quilos, isso quer dizer que cada habitante consome essa quantidade da proteína por ano. Em 2010, quando o projeto começou, eram 13 quilos per capita. A meta é que em 2015, esse número suba para 18 quilos Enquanto isso, o consumo de carne bovina é de 35 quilos per capita.

Para alcançar o resultado, Lívia conta que o trabalho tem investimento em várias áreas. “Fazemos ações na produção, comercialização e indústria. Queremos um setor capacitado e um consumidor bem informado sobre os benefícios desse produto.”, diz.
O pecuarista Alexandre Cenci explica que os suínos são criados em granjas e não em chiqueiros, como se imagina. “São estruturas de alta tecnologia, os animais são alimentados com ração balanceada, à base de milho e soja”, esclarece. “Isso faz com que possamos oferecer ao consumidor uma carne saborosa e saudável”, continua.
Para saber se o produto é confiável, é preciso ficar atento aos selos de certificação dos órgãos sanitários. No Distrito Federal, a reguladora é a Secretaria de Agricultura, que age por meio da Diretoria de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal. Ou seja, para ter a qualidade atestada, na embalagem da carne é preciso conter o selo DIPOVA.
Opiniões divididas
Patrícia Lima, dona de casa, diz que adora uma leitoa assada. “Não vejo problema nenhum em comer, lá em casa tem sempre, sou mineira, fui criada comendo carne de porco.”

Já o empresário Luciano Alves prefere não arriscar. “Eu evito, sempre ouvi dizer que faz mal”, comenta. Mas, quando a carne aparece no churrasco, ele abre uma exceção. “Assado é uma delícia”, completa.

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