Especialistas acreditam que mais do que leis é preciso uma mudança de cultura
Lei que obriga a criação de bicicletários em locais com grande fluxo de pessoas foi aprovada esta semana pela Câmara Legislativa do DF. Estacionamentos, shoppings e prédios de escritórios e de órgãos públicos, por exemplo, terão de construir espaços apropriados para a guarda de bicicletas. O prazo para as empresas cumprirem a lei é de dois anos.
A iniciativa, de autoria do deputado Rôney Nemer, ainda prevê equipamentos em que seja possível prender as rodas das bikes. O objetivo é aumentar a segurança de quem guarda as bicicletas nesses locais.
Essa não é a primeira lei a obrigar a instalação de bicicletários em pontos de grande circulação de pessoas no DF. Outras nove leis já existem, além da lei Orgânica. O presidente da ONG Rodas da Paz, Uirá Lourenço, acredita que a medida é pertinente, porém se mostra reticente quanto à eficácia da nova lei.
“Espaços adequados para a guarda de bicicletas são necessários, porém a medida deve sair do papel”, diz Uirá.
Ele vai ainda mais longe. “Acredito que, mais do que leis, é preciso haver uma mudança de cultura. É possível usar a bicicleta para se locomover no dia a dia, mesmo que a cidade não esteja adaptada”, defende.
Uirá utiliza a bicicleta como meio de transporte há 12 anos em Brasília. Vai ao trabalho de bicicleta e leva as crianças para a escola na garupa todos os dias. Ele garante ser seguro. “Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, pedalar nos horários de trânsito pesado é menos arriscado porque os carros estão parados nos congestionamentos”, observa.
Hoje, há uma frota crescente de mais de 1 milhão de veículos no Distrito Federal. Em 2011, 36 ciclistas morreram em acidentes de trânsito no DF, o que representa 8,6% do total de vítimas fatais, sendo que 22 deles pedalavam em vias urbanas e não em rodovias.
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