Por Aline Carvalho
A realidade da feira desanima os feirantes (Foto: Aline Carvalho) |
A ideia era de que os feirantes ficassem em um local improvisado durante oito meses, tempo previsto para a duração da obra. A promessa era de uma nova estrutura, com banheiros químicos e segurança.
A realidade do dia-a-dia dos feirantes é bem diferente da prometida. “Tem de tudo aqui. Mau cheiro,falta segurança, a energia parece mais uma ‘gambiarra’. As barracas não tem sustentação”, diz a feirante Mara Sanches, 42 anos.
O feirante Edvaldo Raimundo, 56 anos, trabalha na feira há dez. Para ele, as condições do local em que a feira está funcionando provisoriamente prejudicam as vendas. “A feira não atrai mais tanto a clientela que procurava por preços baixos. O local é desconfortável, os banheiros nem se fala. Dá pra sentir no bolso que o negócio não tá bem”.
Os consumidores passam por locais improvisados para entrar na feira (Foto: Aline Carvalho) |
Com as chuvas, o problema do local fica ainda pior. É o que conta o vendedor de grãos Raimundo Nonato, 60 anos. “Quando chove, perdemos mercadoria. É um corre-corre de louco. Fica tudo molhado, e as pessoas não vêm comprar. Tem gente que chama de goteira. Mas, pra mim, é buraco”, reclama.
O estudante Arthur Carlos Aguiar, 19 anos, diz que antes comprava camisetas e acessórios na feira. Mas que, com as chuvas, a situação ficou difícil. “Mesmo que eu pague mais caro, prefiro comprar ali no shopping . Pelo menos não me molho e escolho minhas coisas com mais comodidade”. O estudante refere-se a um dos shoppings da cidade que fica localizado bem ao lado da feira improvisada. A cozinheira Rosineide Silva, que possui uma barraca de comida caseira, reclama. “É claro que o pessoal vai para o shopping. Quem não quer fazer uma refeição com tranqüilidade?”
O feirante Dedé da Cruz, 65 anos, não perde a esperança de trabalhar no novo local. “A gente tem que ter esperança, né? Tem anos que trabalhamos duro aqui nessa feira. Merecemos esse presente”.
A nova administradora da cidade, Maria América Menezes, prometeu dar continuidade às obras quando entrou no cargo em janeiro deste ano. A equipe de reportagem do Jornal Esquina entrou em contato com a assessoria da Administração de Sobradinho, mas não obteve resposta.
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