Hora de pico - W3 significa estresse para motoristas

Por José Maciel


Seis da tarde em Brasília. O horário em que a maioria dos trabalhadores saem do trabalho, e também um sinônimo de engarrafamento. Na semana do dia mundial sem carro, a reportagem do Esquina On-line foi à avenida W3 conferir o trânsito em uma das principais vias de acesso ao centro da capital.

Vista como uma cidade planejada e com distâncias muito grandes, a capital carece, de acordo com entrevistados, de um bom transporte público. As três pistas que compõem a avenida se tornaram insuficientes. “Está impossível de a gente conseguir se locomover. Brasília cresceu demais, hoje em dia todo mundo tem carro e  as vias públicas não estão acompanhando esse crescimento”, conta o consumidor Paulo Filgueiras.


Pontos - Paradas cheias e ônibus lotados são comuns na via W3. Na entrada da avenida, na Asa Sul, está localizado um dos principais shoppings da cidade, que significam engarrafamentos. A funcionária pública Cacilda Pereira, 34, prefere lembrar-se de como era a cidade na década passada. Hoje, Cacilda reclama da falta de estacionamentos e das condições de um bom transporte público na cidade. Um meio de transporte que poderia aliviar o tráfego da avenida é o metrô, mas há quem discorde. “Nosso metrô vai de lugar nenhum pra nenhum lugar. Não tem na Asa Norte, por exemplo”, reclama Cacilda.

Há menos de três anos para receber a Copa do Mundo de 2014, os projetos de melhorias da mobilidade urbana não saíram do papel, e os congestionamentos continuam assombrando a população.

Eduardo Heineken, 59, demorou 20 minutos para passar da Asa Norte para a Sul. “Com o trânsito normal, a gente vai de uma extremidade da asa à outra, e nesses horários de pico, a gente anda muito pouco”. O taxista Cleiton Naves, 30, considera normal o trânsito de Brasília, mas acredita que melhorias serão bem vindas. “Os funcionários de empresas têm que ser levados em casa por um ônibus, e os estacionamentos subterrâneos têm que ser mais comuns”, pondera Cleiton.

Estatística - Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), até agosto deste ano, 68.817 veículos foram emplacados na capital. A média em 2009, segundo a Secretaria de Transportes do GDF, era de 2,45 carros por habitante. “Tenho dois carros e eu e minha mulher usamos bastante eles. O meu trabalho é diferente do dela, em locais diferentes e no mesmo horário. O carro acaba só com um motorista e contribuímos para o engarrafamento”, diz Eduardo.

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