Dublê do filme Faroeste Caboclo é instrutor do Bope

Brasiliense é recordista do Guinness por saltar de carro em movimento a 240 km/h.
Zé Ricardo durante gravação de filme  (Arquivo pessoal)




Por Luís Felipe Sardenberg

Quando o peruano Pablo empurrou o primo João de Santo Cristo do alto de um morro de sete metros, para salvá-lo de uma emboscada do “maconheiro sem-vergonha” Jeremias, não foi o ator Fabrício Boliveira que arriscou a vida na queda. Muito pelo contrário. O protagonista, ao ser empurrado, caiu num colchão macio, postado a um metro de distância da posição inicial. Isso porque, no momento em que João de Santo Cristo despencou, era o dublê brasiliense José Ricardo Matos, de 38 anos, quem o interpretava.
Essa cena, filmada no último dia 2, no pinheiral do Paranoá (DF), fará parte do longa-metragem Faroeste Caboclo, dirigido por René Sampaio e baseado na música homônima de Renato Russo. Para amortecer a queda, Zé Ricardo, como é mais conhecido, juntou cerca de 150 caixas de papelão (de 60 a 80 cm do chão) e pôs uma lona em cima.  “Também usei um protetor nas costas, igual ao dos pilotos de motociclismo”, conta o dublê.
Além das cenas perigosas, Zé Ricardo faz a preparação dos atores para cenas de tiro ou de maior esforço físico, como uma passagem em que João de Santo Cristo sobe um poste de luz do térreo até o sexto andar de um prédio. “Treinamos o Fabrício [Boliveira] para subir primeiro numa cadeira de rapel. Depois, ele fez sem nada. Colocamos apenas proteção na garagem, como um colchão de ar, caixas de papelão, para que ele não se machucasse”, explica.
Longe das câmeras o dublê e uma equipe formada por 18 pessoas trabalha na caracterização de veículos e efeitos especiais. Para as filmagens, foram usados automóveis das décadas de 1970 e 1980, como Fusca, Veraneio, Opala e Kombi. “Muitos dos carros que pegamos para o filme possuem acessórios atuais. Procuramos adaptá-los para que fiquem exatamente como na época”, detalha.
Quanto aos efeitos especiais, a equipe providenciou balas de festim, sangue artificial e explosivos. Foi dada atenção especial também ao ângulo de visão dos atores na hora dos disparos e à integridade física deles durante as cenas de briga. E será que eles aprenderam bem? “Claro! Com uma equipe dessas. A gente faz milagre”, orgulha-se.
Somos tão jovens
Com o encerramento das filmagens de Faroeste Caboclo em Brasília, previsto para o próximo dia 24, Zé Ricardo terá no currículo cinco longa-metragens, mais de trinta curtas e médias-metragens, dezenas de comerciais e uma novela — Estrela Guia, da TV Globo. No episódio em que o  personagem interpretado por Rodrigo Santoro dirigia alucinadamente pela Esplanada dos Ministérios, era ele quem estava ao volante.

Mas, apesar de todo esse trabalho exaustivo, ele não pretende descansar. “Hoje (13/5) mesmo eu vou me reunir com a equipe do longa-metragem Somos tão jovens (baseado na juventude de Renato Russo). As gravações devem começar no dia 30 de maio”, antecipa.
Dublê, piloto e instrutor
Zé Ricardo é instrutor do Bope e detentor do Guinness World Records. Ao longo da carreira cinematográfica, já ateou fogo em todo o corpo para um filme sobre o índio Galdino e desceu de moto uma das tesourinhas de Brasília a 80 km/h.

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