A ministra Helena Chagas (Marcello Casal Jr./ABr) |
Por Filipe Marques
Primeira mulher a assumir a chefia da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), a jornalista Helena Chagas acredita que a ascensão da mulher na Comunicação Social está quase consolidada. “É cada vez maior o número de mulheres na profissão. Desde que eu comecei, tem muita mulher trabalhando em redação, mas só agora os postos de chefia estão sendo ocupados por mulheres. Se observarmos, de uns anos para cá, as principais colunistas passaram a ser mulheres: Tereza Cruvinel, Eliane Cantanhêde, Dora Kramer... Então, já demos grandes passos, mas ainda não alcançamos a igualdade”, observa.
Sobre o tema da Semana da Comunicação – “A mulher na Comunicação Social” –, a ministra afirma que a ascensão feminina precisa ser precisa ser vista num contexto mais amplo. “Essa ‘feminização’ está inserida num contexto maior, de grande mudança social pela qual passamos nos últimos anos no Brasil. Não só para as mulheres, mas para determinados setores da sociedade brasileira, que passaram a ter acesso ao que não tinham antes. Houve uma verdadeira emancipação da cidadania brasileira”, disse.
Filha do jornalista Carlos Chagas, ela não acredita que o fato de ser mulher a atrapalhou ao longo da carreira. “Eu acho que o fato de ser mulher foi indiferente. A maior dificuldade na profissão foi ser filha de um jornalista conhecido, que estava no auge da carreira quando eu comecei. Então, eu sempre tive muita necessidade de mostrar que eu não estava no emprego por causa do meu pai”, conta.
Com a experiência de quem já chefiou várias redações, Helena Chagas garante que não há diferença entre os jornalistas do sexo masculino e feminino. “Sabe o que o chefe gosta? De gente que trabalha bem, independente se é homem ou mulher”, explica.
Apesar da igualdade, a ministra aponta algumas diferenças que ainda persistem. “Nas questões de salários e de cargos mais altos, ainda tem diferença. São resquícios... Mas ainda encontramos pessoas contra a licença maternidade de seis meses. Precisamos mudar a cabeça das pessoas em casos como esses”, afirma.
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