Passageiros formam tumulto para tentar entrar no ônibus |
A funcionária pública Ivanir Alves trabalha na CAESB, no Lago Sul, e mora em Planaltina do Goiás. Ela diz que demora cerca de uma hora e vinte minutos para sair de casa e chegar em seu local de trabalho. Para ir e voltar, pega quatro ônibus e gasta R$13,50 por dia com passagem. O valor gasto por Ivanir, segundo acredita, é incompatível com as condições dos ônibus, que segundo ela “vão de mal a pior, quebram constantemente e para pegar outro é uma luta. Os motoristas estão sempre mal-humorados, e os ônibus nunca têm horário para passar na parada.”
Ela faz parte do coro de reclamações ao estado dos ônibus que circulam no Distrito Federal. Os funcionários do serviço 156 (telefone disponibilizado para usuários) receberam, nos quatro primeiros meses do ano, reclamações que superam em 10% o que foi registrado em 2010. Mais de 1200, em média, por mês.
Variedade - Diferente do que diz Ivanir, Cláudio Aguiar, administrador e morador do Cruzeiro, afirma que a oferta de ônibus é boa e que na cidade em que mora os veículos passam constantemente. Mas apesar da quantidade ser boa, Cláudio também reclama da qualidade deles "todo dia quebra um". Ele afirma que a capital, por ter sido planejada e por, supostamente, ser uma cidade moderna, tem o pior sistema de transporte público do mundo. “Na Alemanha, por exemplo, país da década de 30, existem cidades com metrô e ônibus interligado. Já em Brasília, é visto uma cidade recente que foi construída sem uma atenção para o transporte público. O metrô da cidade não atende nem metade da população, não passa por todos os locais e os ônibus são horríveis.”
Já o aposentado Jorge Alves, gosta mesmo é de relembrar quando chegou na capital do país, em 1966. Naquela época, segundo recorda, o trânsito era tranquilo, as cidades satélites eram menores e a população também. Mas ele comenta que o transporte público sempre foi péssimo. “Quando cheguei aqui isso era um céu, coisa linda. Mas desde sempre o transporte público é difícil e por isso todas as casas tem, pelo menos, um carro.”
De acordo com cada um dos entrevistados, a solução para o problema do trânsito seria a diminuição da quantidade de carros, a construção de faixas exclusivas para ônibus e ter um transporte público de qualidade, que interligasse metrô e ônibus, que atendesse toda a população e, principalmente, que tivesse um preço justo.
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