Ritmo e poesia black na capital federal

Por Ana Nery

O rap foi criado nos pobres bairros norte-americanos de Nova York, na década de 1970 . O ritmo só foi chegar a Brasília em 1992. A primeira produção candanga foi realizada no mesmo ano, com o disco Peso Pesado, do rapper Gog, que faz sucesso até hoje entre os jovens. Segundo o cantor e compositor Bruce Oliveira, mais conhecido como Capone, geralmente os shows são compostos por uma dupla. O DJ é o responsável pelos efeitos sonoros junto com as trilhas, enquanto o MC canta as letras.

 Atualmente existem pessoas que fingem viver determinada realidade dentro do mundo do rap, conta Capone. “Às vezes a pessoa não é pobre, não vive no meio da bandidagem, mas nas letras se fala muito disso. Porém, isso acontece pelo fato de ter um público que gosta e adquire o material”. Mas esse não é o ideal de quem vive no meio musical, destaca o cantor. “Nós cantamos a nossa realidade”, esclarece.

As roupas largas e a batida pesada são características que assustam algumas pessoas que passam e observam Capone conversando e cantando. “As pessoas tendem a olhar com ‘olho torto’ para todas as pessoas que fogem bastante do normal. Exatamente por não estarem acostumadas, é algo que foge dos padrões”, comenta.

Um dos efeitos sonoros mais conhecidos no rap é o scratch, som provocado pelo atrito da agulha do toca-discos no vinil. De acordo com Capone, esse é um diferencial que atrai muitas pessoas para o mundo das baladas “black”. “Os adeptos são apaixonados pelo que fazem, pela batida, pelas letras. E respeitam o gosto de todos”, afirma o rapper. “Acho legal que algumas pessoas não curtam a música, pois mostra que elas gostam realmente de outros estilos”, finaliza o compositor.

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