Mundo Animal: Fauna brasiliense tem 131 espécies ameaçadas de extinção


Cerrado de Brasília ocupa segundo lugar no ranking de cidades do Brasil como maior número de animais em extinção

                                        Retirado do Atlas da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

Por Jamile Rodrigues e Thaís Ribeiro


Segundo um estudo divulgado em 2011, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Cerrado Brasiliense está na lista de biomas brasileiros com a maior quantidade de animais ameaçados de extinção. No Brasil existem cerca de 627 espécies no grupo de risco; 131 dessas, podem ser encontradas no Distrito Federal.

De acordo com o Art. 3, da Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, divulgada em 28 de maio de 2003, atribuída ao Ministério do Meio Ambiente, ‘‘entende-se por espécies ameaçadas de extinção: aquelas com alto risco de desaparecimento na natureza em futuro’’.

O Parque Nacional de Brasília abriga espécies ameaçadas como lobo-guará, tatu canastra, veado campeiro, e tamanduá-bandeira. Além desses, existe o peixe pirá-brasília, que vive somente nas águas do DF. A quase extinção do peixe está ligada ao crescimento urbano desordenado da capital do país. Com o passar dos anos, os rios e lagoas perdem seus espaços para as áreas habitadas pelas pessoas, o que impossibilita o ciclo de vida do animal.

Para a professora de biologia, Raquel Lara de Azevedo, o risco da perda de diversos animais acontece por descuido do próprio homem. ‘‘Devido as péssimas ações gradativas do ser humano, como caça, desmatamento, aumento de poluição na natureza, muitos animais perdem seu bioma natural e não conseguem sobreviver sem ele’’, afirmou a professora.  

Há dois anos, apenas 2% das espécies em extinção eram amparadas. Até 2014, o Ministério do Meio Ambiente espera que 100% dessas espécies estejam protegidas. Para isso, o Instituto Chico Mendes (ICMbio) criou o plano de ação nacional para evitar que novas espécies entrem no quadro de risco de  extinção. Segundo o antigo presidente do Instituto, Rômullo Melo, a forma como a biodiversidade está é causa dos feitos do ser humano. ‘‘Nós estamos começando a desfazer os erros que cometemos e levamos algumas espécies a condição de ameaçadas’’.  


 Pirá-brasília

           Como o próprio nome já diz, o pirá-brasília é um peixe típico do Planalto Central e que surge uma vez por ano, no período das chuvas. Foi descoberto durante a construção da capital em um afluente do Lago Paranoá e costuma viver em lagoas rasas, que quando somem com a chegada da seca, causam a morte do animal.

          A característica mais marcante desse peixinho é a sua forma de reprodução. Antes de a estiagem chegar, ele deposita seus ovos no solo da lagoa, fazendo com que eles passem por um processo chamado diapausa, que ocorre durante todo o período da seca. Quando as primeiras chuvas começam a cair, os ovos eclodem e o pirá-brasília já está pronto para mais um ano. O risco de extinção do pirá está enraizado no crescimento urbano do Distrito Federal.
         

         As matas e os rios que formam o habitat natural do peixe, como as veredas de buritis, estão sendo poluídas e desmatadas para dar lugar às áreas urbanas. Impedindo as lagoas de voltarem a se formar na época das cheias e limitando o ciclo de vida do animal, que pode desaparecer se seus ovos não eclodirem.

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