Por Elaine Andrade e José Maurício Oliveira
Segundo estudo de uma universidade do Reino Unido, a pessoa que sofre com o fim de um relacionamento pode ter a imunidade afetada. Com isso, chances de contrair doenças aumentam
Quem morre de amor é personagem de romance, certo? Talvez a realidade não esteja tão distante da ficção. Uma pesquisa da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, revelou que a perda da pessoa amada pode sim ameaçar a saúde. Segundo o estudo, o vazio sentimental poderia reduzir a imunidade e a chance de contrair doenças se torna bem maior. Um estresse emocional causado por uma desilusão amorosa ou a morte de um companheiro teria um impacto direto sobre o funcionamento do organismo humano.
A psicóloga Juliana Gebrim explica que o processo de uma desilusão amorosa pode ser extremamente doloroso. “A pessoa pode ter a autoestima bastante afetada, perder o apetite e sono, negligenciar a vida profissional, isolar-se socialmente, cair em depressão profunda e até, em casos mais graves, tentar suicídio”. A profissional afirma que a perda de um amor, ou da percepção que a pessoa constrói do que seja esse sentimento, é uma espécie de luto. “Como todo luto, o indivíduo fica mais vulnerável física e emocionalmente. Se a mente não está bem, certamente a imunidade cai”, diz.
De acordo com a psicóloga, a expectativa em relacionamentos amorosos é muito grande. “A pessoa imagina o parceiro muito melhor do que realmente é e quando sofre uma desilusão, ela potencializa aquele trauma que, normalmente, está relacionado a outros momentos e contextos da sua vida”, explica.
A saída, segundo Juliana, é procurar ajuda especializada. “Um profissional bem recomendado faz toda a diferença em tratamentos como esses. Em, no máximo, dois anos, dependendo do paciente, ele estará recuperado”, continua.
Uma desilusão amorosa custou quase dois anos de recuperação para a servidora pública Martha (nome fictício). “Passei por três consultórios de psicólogos diferentes quando terminei meu namoro pela primeira vez”. Durante esse período, de oito meses, ela perdeu o apetite e chegou a emagrecer dez quilos. Ela conta que pensou, inclusive, em suicídio, por achar que não suportaria viver sem o rapaz.
Durante o tratamento para superar o trauma da rejeição, o ex-namorado de Martha pediu para voltar. “Com as mesmas promessas, ele se aproveitou que eu ainda estava vulnerável”, lamentou a servidora que, mesmo cedendo, continuou na terapia. Atualmente, após mais de um ano novamente afastada do ex, ela afirma que nunca esteve tão perto da cura completa para a desilusão que sofreu. “Estou saindo com outro rapaz há cerca de três semanas e aprendi a me amar antes de qualquer outra pessoa. Hoje sou mais feliz.”
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