Por José Maurício Oliveira
MANAUS - O chefe de Comando de Estado Geral da Amazônia, general Jaborandy Junior, disse que o efetivo de homens que atuam na defesa das fronteiras da Amazônia, na região norte do país, ainda não é o ideal. “O número de trabalhadores é suficiente, mas nós ainda somos poucos. Precisaríamos de mais cinco mil homens. O problema é que falta recurso para o aumento do efetivo”, afirmou.
Dados da corporação revelam que a Amazônia possui 12 mil quilômetros de fronteiras terrestres. A área corresponde a 61% do território nacional, ou seja, cinco milhões de quilômetros quadrados. Hoje, existem 27 mil militares que atuam na defesa das divisas da floresta. Em 1950, esse número era de mil soldados.
Desde 1999, o Exército tem poder de polícia na região das fronteiras. A área serve de cenário para a entrada de produtos ilegais e para o tráfico de drogas no país. “O Brasil deixou de ser um corredor de passagem. Hoje, a droga que entra aqui é consumida internamente. Somos o segundo maior consumidor de drogas do mundo”, diz Jaborandy. Segundo ele, Solimões, na divisa com a Colômbia é a área mais problemática.
Como não há verba para o aumento do efetivo, o general explica que a solução é o deslocamento de unidades militares. “Precisávamos de mais homens, então solicitamos a transferência da unidade de Niterói (RJ) para a região amazônica, isso contribuiu para um aumento de 20% do nosso efetivo”.
Índios soldados
"Investimos muito nos nativos”, diz o general Jaborandy. De acordo com ele, em São Gabriel da Cachoeira (AM), que faz fronteira com a Colômbia e Venezuela, mais de 70% dos recrutados são índios. “Eles mantém os costumes indígenas, são pais de família, integrantes de tribo e têm a oportunidade de contribuir com o nosso trabalho”, completa o militar.
As declarações foram feitas em Manaus (AM), durante uma palestra do programa “Formadores de Opinião”, organizado pelo Centro de Comunicação Social do Exército (Ccomsex). O encontro reúne alunos de jornalismo do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e da Universidade de Brasília (UnB) para uma viagem pela Amazônia.
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