Criada há quatro anos, a Nova Vila Guaíra, bairro de Valparaíso de Goiás, enfrenta vários problemas de infraestrutura básica, como a falta de coleta de lixo e saneamento básico. O local abriga cerca de 400 famílias e se prepara para receber 44 novas casas. No projeto inicial, a vila teria somente 185 unidades habitacionais e, de acordo com o vice-presidente da Associação dos Moradores, Reginaldo José de Souza, é o excesso de famílias que faz com que a rede de esgoto não consiga atender a demanda da vila.
No entanto, o secretário municipal de Administração e Finanças, Joaquim do Monte, assegura que todo o serviço de infraestrutura da região foi feito devidamente e que o problema se encontra na falta de educação dos moradores. “Tem pessoas que ainda não estão aptas a viver em comunidade. Eles não têm educação”, completa.
Esgoto a céu aberto
A população reclama que os encanamentos vivem entupidos e que as bocas de lobo jorram no meio da rua. Para os moradores, a construção de fossas seria uma boa alternativa. “É proibido fazer fossa, mas aí o esgoto não funciona e nós somos obrigados a conviver com essa nojeira a céu aberto?”, questiona a moradora Leidemar Soares.
Todos os habitantes da vila foram removidos de suas antigas casas, que se encontravam em situação ilegal e de risco, para viver em casas populares construídas por uma parceria entre o governo federal e o governo estadual. As antigas casas estavam localizadas às margens de um córrego e, por isso, poderiam desabar.
Mas, o que era para ser uma mudança positiva, acabou deixando-os em uma situação pior sob muitos aspectos. A moradora Maria Amélia conta que um cano estourou no meio de seu quintal e que na vala, originada pelo incidente, cabe uma pessoa deitada. “Eles tiraram a gente de lá para vir ficar vivendo nessa porqueira daqui? Nós somos gente, ora, não porcos!”, diz ela.
Doenças e mau cheiro
Outro problema enfrentado pelos moradores é a falta de coleta de lixo. Sem saber o que fazer com ele, muitos moradores passaram a jogá-lo em um terreno baldio à margem da vila, onde havia uma extensa área de vegetação nativa. No lixo improvisado pode ser encontrado de tudo, desde grandes entulhos de construção até sucatas de carro, geladeiras e muito lixo orgânico.
Além do frequente mau cheiro, o aterro atrai bichos transmissores de doenças, como ratos e baratas. Segundo Selma Souza, enfermeira do posto de saúde de Vila Guaíra, as principais doenças são verminoses, infecções das vias respiratórias, dermatites e diarreias.
A Quebec Ambiental, empresa responsável pela coleta de lixo do local, afirma que o lixo é recolhido três vezes por semana, sempre no fim do dia. Mas, isso não é o que afirma o morador Geraldo José Ferreira. “O caminhão passa uma vez na semana, quando passa. E mesmo assim, não tem um horário certo”, diz.
Confira imagens da Vila Guaíra aqui.
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