O Distrito Federal iniciou a Campanha de Política Nacional de Enfrentamento a Violência contra a Mulher, na sexta-feira, dia 16, em evento na penitenciária feminina, conhecida como Colmeia.
Para o subsecretário do Sistema Penitenciário (Sesipe), Cláudio de Moura Magalhães, o lugar era bastante propício para o começo do programa. “Todas as mulheres livres merecem a proteção do estado e da sociedade, mas o merecem também as que estão reclusas”, declarou.Ressocialização
No evento, foi lembrado que a penitenciária feminina conta com parcerias para assistência de saúde das internas, mas quer incrementar ações de ressocialização, o que inclui atividades de capacitação técnico-profissionais.
Segundo o agente penitenciário Érik Marques, há ainda a possibilidade de que as internas prestem vestibular e cursem uma faculdade. “Dependendo do regime em que a detenta se encontre, ela pode pedir para ter uma saída específica para estudo”, diz.
Para a diretora da Colmeia, Deuselita Martins, a ressocialização é papel fundamental no sistema prisional, pois, esta é a única maneira para se incutir valores positivos nos internos. “Se nós não conseguirmos colocar esses valores, eles vão retornar para a sociedade como chegaram aqui, ou um pouco piores”, afirma ela.
Música - A detenta Danila Dands é um exemplo do que o trabalho de ressocialização pode fazer. A voz potente de Danila foi descoberta através do programa “Miss Penitenciária”, e agora, ela lançou um cd intitulado “A voz da Liberdade” no qual faz campanha contra o Crack em uma de suas canções, a “Crack, to fora!”.
Colmeia em números
Entre 1999 e 2012, o número da população da penitenciária passou de 75 internas, para 629 no total dos regimes fechado e semiaberto. Deste número, hoje a penitenciária abriga 9 detentas grávidas e 18 que já são mães e estão com seus bebês.
De acordo com a diretora Deuselita Martins, as crianças só deveriam permanecer dentro do presídio até os seis meses de idade, período durante o qual são amamentadas. Mas existem casos em que a família não quer receber a criança e ela passa a concorrer pela inserção em um abrigo. Nesses casos, elas costumam permanecer um pouco mais enquanto esperam pelos tramites legais. “Já houve casos de a criança ficar aqui até a idade de 1 ano e 2 meses,” conta.
A diretora informou também que existe um padrão nos crimes que acabaram por encarcerar as internas da Colmeia. “Aproximadamente 67% das mulheres vem presa por tráfico de drogas. E 35% são presas por tentar inserir drogas em presídios masculinos”, diz.
Conforme informação divulgada pela diretora, teve início hoje o processo de sondagem do solo para a construção de um novo bloco na penitenciária feminina, que criará mais 450 vagas. “A meta é que em 2014 não exista nenhum déficit de vagas e que a gente possa colocar todas as internas estudando e trabalhando aqui dentro”, revela.
Outras duas obras importantes que, segundo a diretora, terão início na próxima semana, são a ampliação da Ala de Tratamento Psiquiátrico (ATP), que terá seu número de vagas dobrado, e a revitalização de dois blocos da penitenciária que estavam abandonados há 20 anos. O projeto de revitalização foi desenvolvido em parceria com o Centro Universitário de Brasília, o UniCEUB.
Por Sthael Samara - Agência de Notícias UniCEUB
Fotos: Gabrielle Vieira
Por Sthael Samara - Agência de Notícias UniCEUB
Fotos: Gabrielle Vieira
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