Catadores de lixo no aterro sanitário da Vila Estrutural, a 18 quilômetros do Congresso Nacional, alimentam-se de resto de comida que encontram no lixo e guardam a maior expectativa para o caminhão que traz os restos do Lago Sul, bairro nobre da capital. Segundo um catador que preferiu se identificar como Moacir, de 38 anos, o lixo que chega nos caminhões vindos do lago sul, trazem comida em melhores condições. “Nesse caminhão, é certeza que tem coisa (comida) melhor”, explica.
O catador mora com a esposa no lixão diz que, com o dinheiro que ganha separando material reciclado do lixo orgânico, não dá para comprar comida. “A maioria do que a gente come é do lixo, porque o dinheirinho que sobra é para pagar as contas”, lamenta. O lixo do Lago Sul tem uma área reservada já conhecida pelos catadores. Lá pode ser encontrado mais carne, por exemplo. “A gente lava e salga a carne para tirar o mau cheiro”.
Os catadores reviram, acham, cheiram, provam e decidem se o alimento encontrado no lixão de Brasília pode ser a refeição do dia. Pequenas estruturas montadas no meio do lixo, como fogões improvisados com tijolos e panelas velhas servem para preparar o alimento.
Eles usam luvas durante o coleta que são retiradas apenas para a hora da refeição. A catadora Eliana, 30 anos, que trabalha no lixão há seis meses, explica que nem todos os trabalhadores do lixo se alimentam de resto encontrado, mas, que é muito difícil se alimentar por lá. “Até as coisas que a gente traz aqui pra dentro, eu tenho nojo de comer”, lamenta.
Por Gabriella Leite - Esquina On-line
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